sábado, 26 de março de 2016

Cara Presidente Dilma,



Senta aqui, querida.
Vamos trocar uma ideia.
Olha, eu entendi que você se sentiu ultrajada com o fato de ter sido flagrada conversando com Lula sobre o estratagema para protegê-lo.
Entendo mesmo.
Mesmo depois de o Janot dizer que o grampo não era em você e sim no Lula; mesmo depois de explicarem que se você não quer ser gravada, deve evitar ligar para investigados, entendo seu ultraje.
Mas, ontem, quando vociferava sobre o ocorrido, você disse:
"...grampeia o Presidente dos Estados Unidos para você ver o que acontece..."
Então.
Aqui você se complicou.
Sério.
É que talvez você não saiba, porque naquela época deveria estar ocupada com outras atividades mais...hmmm..."explosivas", mas os Estados Unidos já tiveram um Presidente grampeado: Richard Nixon.
Entre 1972 e 1974, Nixon comeu o pão que o diabo amassou numa sequência de episódios (muitos envolvendo escutas telefônicas) que revelaram suas evidentes práticas de abuso de poder.
Pegou?
Abuso de poder.
Nada absurdo como nomear um Ministro para protegê-lo da Justiça, porque aí seria demais.
Mas a imprensa marrom e golpista da época provou que ele havia usado o FBI e a CIA para conseguir informações privilegiadas sobre os Democratas. (Falar nisso, é sério que você mandou a ABIN monitorar o Moro?)
O fato é que no caso do Nixon, foi aberto um processo de impeachment e ele acabou renunciando.
Renuncia...Impeachment...
Ring a bell? Hein? Hein?
Enfim.
Então, Presidente, era isso. Me desculpe a pretensão de vir aqui dar conselhos, mas como notei que suas falas nos últimos dias estão mais raivosas, achei que valeria a pena um toque.
Um beijo...e não me liga. - (Claudio Marcio Ferreira - imagem da internet)

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