Ser Professor é ter uma Missão Sagrada

Pouca gente compreende a verdadeira missão de um  professor. Ser professor é propagar conhecimentos, absorver, instruir e, finalmente, educar. Ser professor é conduzir os jovens, homens e mulheres, por caminhos que levam ao processo de iluminação da consciência através do estudo e conhecimento. É participar, mediar, instruir e educar.

Ser consciente é diferente de "estar" consciente. Estar consciente é querer mudar. Ser consciente é vivenciar um estado desperto e lúcido de consciência, é ser sabedor, instruído e educado.

Ser professor é conduzir a este processo. Educar é eduzir do educando todas as melhores qualidades e despertar as mais altas virtudes do ser humano. Educar não é alisar ou "passar a mão" sobre a cabeça o tempo todo. Educar é disciplinar, corrigir e admoestar diariamente. Educar é ensinar o hino nacional e o hino municipal despertando valores que moldarão nossa personalidade e fortalecerão nosso caráter. Precisamos de disciplina militar para moldar o caráter de todos os jovens! Precisamos de homens e mulheres fortes, lúcidos, inteligentes e sadios mental  e emocionalmente!

Ser professor é receber um dom  divino de orientar e conduzir pessoas a superar seus obstáculos. Alguns já nascem professor, outros aprendem a sê-lo. O dom de ser professor é uma inclinação de grande pureza e que vem do espírito divino.

Não devemos nos envergonhar de sermos professores e ensinar, disciplinar e admoestar. A única coisa que talvez possamos nos envergonhar é dos nossos vencimentos, do salário que recebemos como professores e da falta de reconhecimento e valorização que um professor deveria sempre ter. Esta desvalorização inicia-se com o próprio professor, segue pela sociedade e termina no governo. Pagar mal significa não dar o real valor ao professor.

Um professor merece receber um salário alto, digno e honrado pelo seu cargo e pela sua missão de educar. Um professor não deveria se matar para trabalhar em mais de um estabelecimento de ensino para ter que pagar suas contas e manter sua família. Em verdade, o maior salário de uma nação deveria ser de um professor e não de um político. E políticos não deveriam receber salários, mas deveriam dedicar-se graciosamente por um período do dia para honrar e servir o seu país. Isso é patriotismo!

Um professor tem um trabalho gigantesco. Um professor sério e comprometido enfrenta todos os dias as suas turmas, ministra classes variadas de disciplinas, corrige inúmeros trabalhos e provas, realiza o planejamento educativo e pedagógico, enfrenta algumas vezes diretores intransigentes e retrógrados que conduzem escolas, associações e universidades apoiando a politicagem e a bandidagem dentro dos próprios colégios, e negligenciam a verdadeira educação. Muitas vezes, um professor sério e comprometido confronta-se com a falta de respeito, a agressão e o descaso de alguns alunos repugnantes e indecentes.
 É um absurdo o que fazem aos professores de todas as classes neste país!

O que se vê é um capitalismo descarado e infame, uma corrupção em toda a sociedade e uma diminuição brutal da nobreza de ser um professor.
Valoriza-se mais o salário um jogador de futebol ignorante - e diga-se de passagem, nem todos o são -, do que a dedicada carreira de professor que passa horas preparando material de estudo, revisando provas e transmitindo a educação para despertar e iluminar centenas de milhares de estudantes. Paga-se milhões no passe de um jogador de futebol , mas não se paga os mesmos milhões para um docente que passa anos estudando, graduando-se, pós-graduando-se e realizando pesquisas. Precisamos rever tudo isso é dar valor a quem merece valor.

A desvalorização e o descaso com os professores são impressionantes! Professor não deveria pagar imposto de renda. Professor deveria ter imunidade tributária e não políticos. As associações e conselhos de professores deveriam realizar cursos de especialização, atualização e aperfeiçoamento aos docentes todos os anos visando melhorar a cada dia a qualificação missionária dos mestres. O professor teria o posto mais alto e a comenda de maior destaque em uma nação, e não um político ou um juiz, apesar do nobre papel do magistrado de lidar com conflitos ético-filosóficos em toda sociedade em constante busca da proteção ao seu direito.

Os políticos fazem leis, mas não transmitem a educação. Os políticos corruptos fazem leis para beneficio de si mesmos, nunca em benefício da comunidade.

Os professores é que constroem o caráter das pessoas e edificam pessoas para o futuro. Os políticos deveriam ser apenas servidores da pátria e colaborar com os professores e apoiá-los em todos os momentos da vida com projetos e elaboração leis que elevassem a educação ao mais alto nível em uma nação. Isso mudará um dia. Tenho certeza! Por bem ou por mal. Precisamos nos conscientizar de tudo isso e transformar esse país em uma nação séria, ética e espiritualizada, e não em um País de desmoralizados, de gente podre espiritualmente e pactuada com o mal.

(Uberto A. A. da Gama é professor, teólogo, filósofo, psicanalista, jornalista e membro do CIEP - Clube de Imprensa Estado do Paraná)

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