sexta-feira, 20 de julho de 2018

O que é a escravidão? Visão de um analista político

"Como é perigoso libertar um povo que prefere a escravidão!" - (Nicolau
Maquiavel)

Um povo que aceita passivamente a corrupção e os corruptos, não merece a
liberdade. Merece a escravidão.
Um país cujas leis são lenientes e beneficiam bandidos, não tem vocação
para a liberdade. Seu povo é escravo por natureza.
Um povo cujas instituições, públicas e privadas, estão em boa parte
corrompidas, não tem futuro. Só passado.
Uma nação, onde a suposta sociedade civil organizada não mexe uma palha
se não houver a possibilidade de lucros, não é capaz de legar nada a
seus filhos, a não ser dias sombrios.
Uma pátria, onde receber dinheiro mal havido a qualquer título é algo
normal, não é uma pátria, pois nesse lugar não há patriotismo, apenas
interesses e aparências.
Um país onde os poucos que se esforçam para fazer prevalecer os valores
morais, como honestidade, ética, honra, são sufocados e massacrados, já
caiu no abismo há muito tempo.
Uma sociedade onde muitos homens e mulheres estão satisfeitos com as
sórdidas distrações, em transe profundo, não merece subsistir.
Só tenho compaixão daqueles bravos, que se revoltam com esse estado de
coisas. Àqueles que consideram normal essa calamidade, não tenho nenhum
sentimento.
Aos que elegem e reelegem corruptos, aos que servem de escudo e proteção
aos bandidos e, ainda, aos indiferentes, só restam os versos do grande
poeta polonês, Adam Mickiewicz:
"Tua alma merece o lugar donde veio,
Caso tenhas entrado no inferno, e não sinta as chamas."

O cientista político americano Steven Brams afirma que o Brasil vive um
momento político muito conturbado e que as políticas e reformas adotadas
pelo Estado, ergueram os pilares para a implementação de um regime
socialista, mas próximo do comunismo do que se possa imaginar. Brams é
cientista político do Departamento de Política da Universidade de Nova
Iorque, sendo mais conhecido por usar as técnicas da teoria dos jogos, a
teoria da escolha pública, e a teoria da escolha social para analisar
sistemas de votação e divisão justa em eleições americanas. Brams disse
que o Brasil vive um momento dramático e que o sistema político
brasileiro nada se assemelha com uma democracia e sim com um sistema
arbitrário, que permite abusos de poder por parte do governo e
sobretudo, beneficia a corrupção e a impunidade.

O Brasil é um país socialista na visão do senhor?
- Sim, bem próximo de um sistema que se assemelha ao sistema social
democrático adotado em Cuba. O Brasil foi sendo transformado por dentro,
as estruturas do Estado foram sendo modificadas de forma lenta e
gradual. Hoje praticamente o Estado se encontra totalmente pavimentado e
pronto para assumir um papel político totalmente voltado para o socialismo.

Quando se deram estas mudanças e quais foram estas modificações?
- Basicamente as transformações foram implementadas no governo do
ex-presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso. Cardoso, tentou
introduzir um modelo político bem próximo do socialismo adotado na
França, com mudanças radicais que permitiram a edificação dos pilares
marxistas. No governo de Cardoso foram criados diversos sindicatos,
financiamentos de grupos de esquerda, ONGs e políticas sociais que
fortificaram o socialismo. O sistema político e a estrutura econômica
também foram modificadas com a criação de uma carga tributária muito
pesada, que serviria para sustentar os programas sociais. Desta forma,
pode-se notar uma forte concentração de toda a renda gerada no país, nas
mãos do governo. Há também o controle do Estado sobre a sociedade com a
adoção de leis, normas e regimentos. Um exemplo foram as centenas de
agências de controle e regulação sobre diversos setores do Estado.

E o PT? Qual o papel do PT nesta mudança política?
- O PT e o PSDB adotam um mesmo pensamento ideológico, não se diferem
nesta questão quando o assunto é a implementação do atual sistema
politico. São duas lideranças de esquerda com mais força política dentro
do cenário brasileiro. O PT foi apenas uma complementação do projeto de
reformas que o Estado já vinha sofrendo. Só que o PT é um partido mais
radical e adotou, apressadamente, políticas que vinham sendo
implementadas à conta gotas por Cardoso. Acredito que o PT apenas
acelerou o processo de socialização e abriu a porta para se chegar em
uma política bem próxima da política adotada em Cuba. Mas não foi só no
Brasil que isto ocorreu. Todos os países latinos sofreram esta mesma
mudança que muitos chamam de "bolivarianismo".

Então o Brasil está próximo de se tornar um país comunista?
- A esquerda usa muitos termos para designar o comunismo. Vejamos: A
social democracia, o socialismo, o nazismo e o fascismo. No fundo todas
estas designações são de origem comunista. Apenas o que difere o
comunismo desta designações, é a maneira em que este comunismo é
administrado politicamente. A social democracia é um comunismo mais
ligth, mais leve, vai sendo introduzido lentamente sem que se perceba e
a sociedade sinta seus efeitos. Enquanto isso o Estado vai sendo
modificado. No final deste processo o país já estará totalmente
modificado, estruturado e a sociedade conformada e totalmente difundida
dentro do comunismo.

Manipulação e doutrinas?
- Sim, os reformistas que adotam a social democracia modificam também a
estrutura social. A engenharia social tem um papel importante neste
aspecto de mudanças. Principalmente na cultura, na mídia e no dia à dia
da sociedade.

O Sr, acha que o impeachment trouxe alguma luz no fim do túnel?
- Não! de maneira nenhuma! O afastamento da presidente Dilma Rousseff
não significa o fim do sistema político, mas sim sua continuidade, pois
nenhuma estrutura do Estado foi modificada. Apenas na questão econômica
pode ser que haja alguma reação no sentido de tirar o país da crise, mas
isto não significa que o atual governo fará alguma mudança na política
do Estado. O processo foi continuado e nada mudou no que diz respeito ao
sistema político. O impeachment é um instrumento constitucional do
sistema, e foi usado pelo próprio sistema apenas para afastar um
presidente e não eliminar um sistema politico. O Brasil continua sob
controle da social democracia.

O sistema no Brasil é perverso?
- Todo sistema é perverso. Mas a democracia continua sendo o melhor
sistema. No Brasil não vejo traços de democracia e sim da social
democracia. No Brasil o sistema beneficia o Estado e não a sociedade,
beneficia a corrupção e a impunidade. As leis são ineficazes e protegem
o sistema e os corruptos. É um sistema controlador, manipulador, quase
tirano. No Brasil o povo brasileiro perdeu muito sua honra e seu
patriotismo, talvez pelas políticas que foram adotadas com o intuito de
corromper a sociedade.

Então não há saídas para o Brasil sair deste sistema?
- Há sim, mas esta saída não será dada pelo sistema e sim pela
sociedade. A esquerda brasileira conseguiu com suas doutrinas, por assim
dizer, dividir o Brasil em vários segmentos sociais. Isso talvez
dificulte uma reação da própria sociedade muito desunida com relação aos
problemas do país. Nota-se que há legiões de pessoas que defendem o
sistema, talvez acomodadas com a situação, outras defendem os partidos e
outras os políticos que as corrompem. Não há uma união no sentido de se
pensar na Pátria, na Nação e nos destinos do país. Certamente que isso é
um grande problema, pois haverá sempre desunião. Há vários segmentos que
não pensam ou não possuem um mesmo objetivo.

O povo brasileiro fala muito em Intervenção Militar. O que o Sr. acha disto?
- É como eu afirmei antes. Há vários segmentos que pensam diferente, com
objetivos diferentes. Pelo que eu vejo, há grupos de pessoas que estão
sugerindo uma intervenção militar no Brasil. Podemos dizer que este
segmento é mais coeso do que os outros, pois se fixam apenas em um único
objetivo. Este segmento não defende partidos, políticos e nem o sistema.
É mais patriótico e mais coeso do que os demais segmentos. Este grupo de
pessoas exigem uma mudança radical no sistema, ou sua total destruição.
É mais radical e mais coeso neste sentido. Talvez por isso não encontre
apoio de políticos e nem da mídia que vive nas beiradas do sistema. Uma
intervenção militar com o povo exigindo mudanças, certamente colocaria
em risco o atual sistema político brasileiro.

Para terminarmos esta entrevista, qual mensagem o Sr. daria para os
brasileiros?
- Que sejam mais patriotas e coesos em seus objetivos. É preciso que a
sociedade se conscientize dos problemas do país e exijam mudanças. Se
querem mudanças, se unam e cobrem dos políticos bem intencionados.
Sempre há políticos bem intencionados que precisam de uma pressão da
sociedade para exigir as mudanças. O Brasil não tem um perfil de
conscientização. É preciso criar este perfil. É preciso sobretudo pensar
no país, pois se não pensarem no país, os corruptos e políticos mau
intencionados pensarão e farão o que bem entenderem. - (entevista com o
Dr. Steven Brams recebida através do site Jornada Política-Notícias e
atualidades)

Mensagem 290718 - O que é a escravidão? Visão de um analista político -
(imagens da internet)

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